segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DEMOCRATAS: E AGORA???

Novo vídeo mostra aliados de Arruda escondendo dinheiro até nas meias.
Políticos aparecem em gabinetes do governo embolsando propina e falando abertamente do esquema
Rodrigo Rangel e Leandro Colon
www.estadao.com.br
Novos vídeos sobre o esquema de corrupção no governo do Distrito Federal revelado pela Operação Caixa de Pandora aprofundam ainda mais a crise política que pode custar o mandato do governador José Roberto Arruda, do DEM. As cenas mostram deputados escondendo dinheiro nos bolsos e até nas meias. As imagens, gravadas com uma câmera escondida pelo ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda, Durval Barbosa, apresentam os bastidores do chamado mensalão do DEM e a divisão do dinheiro que, de acordo com a investigação, era proveniente de propina paga por empreiteiras e prestadoras de serviço.
.
Deputados e aliados políticos de Arruda aparecem em gabinetes do governo embolsando dinheiro e falando abertamente sobre o esquema. O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Leonardo Prudente (DEM), aparece escondendo dinheiro nas meias e nos bolsos da calça e do paletó. Falta espaço na roupa do deputado para guardar os maços de notas de R$ 50.
.
Os vídeos mostram ainda um encontro de Barbosa com Marcelo Carvalho, executivo das empresas do vice-governador Paulo Octávio (DEM). Barbosa disse à PF e ao Ministério Público que era Carvalho quem costumava receber a parte do dinheiro que cabia a Paulo Octávio. Nas imagens obtidas pelo Estado, o executivo recebe uma pasta preta de Barbosa.
.
Boa parte das imagens foi gravada no escritório do ex-secretário, um dos responsáveis pela arrecadação de dinheiro entre empresas que mantinham contratos com o governo e pela distribuição dos pagamentos a integrantes do primeiro escalão e a políticos aliados. Conhecido em Brasília como "rei do grampo", por causa do hábito de gravar seus interlocutores, Barbosa resolveu revelar o esquema após fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público, que pode lhe garantir redução de pena em caso de condenação judicial.
.
BOLSA
.
Outros parlamentares aparecem nos vídeos. A deputada Eurides Brito (PMDB) entra rapidamente na sala e pergunta: "Cadê o Durval?" Barbosa pede que ela dê meia volta e tranque a porta. Os dois trocam poucas palavras, a deputada abre a bolsa de couro marrom e, na mesma velocidade com que chegou, joga para dentro cinco maços de dinheiro. A conversa prossegue. Eurides ainda ensaia uma crítica a Arruda. "Você não acha que o governador perdeu as estribeiras?", pergunta. Logo depois, sai da sala carregando a bolsa, agora cheia de dinheiro.
.
Em outro vídeo, o deputado Rubens César Brunelli (PSC-DF) entra na sala, recebe um maço de dinheiro e o coloca no bolso. Numa das gravações, Brunelli aparece rezando com Barbosa e com Leonardo Prudente. "Sabemos que somos falhos, somos imperfeitos", diz o deputado, para em seguida pedir proteção à vida de Barbosa. "Somos gratos pela vida do Durval ter sido instrumento de bênção para nossas vidas, para nossa cidade", diz Brunelli.
.
O ex-secretário também gravou conversas com empresários apontados como contribuintes do esquema. Cristina Boner, dona da TBA, holding de Brasília que representa a gigante americana Microsoft, trata com Barbosa de um contrato a ser firmado com o governo do DF. Já nos minutos finais da conversa, o ex-secretário sentencia: "Vou fazer uma emergencial com você por cinco meses, mais a licença." No inquérito, há documentos indicando que R$ 50 mil pagos pela empresária a Barbosa foram repassados ao governador "para pagamento de despesas pessoais".
.
Outro financiador que aparece nas imagens é José Celso Gontijo, dono de uma das maiores construtoras de Brasília. Gontijo, a quem o secretário se refere como "Zé Pequeno", abre uma pasta, retira dois pacotes de dinheiro e os entrega a Barbosa. Os pacotes, com notas de R$ 50 e R$ 100, são postos sobre a mesa.
.
O escritório do ex-secretário era frequentado por lideranças de partidos aliados ao governo Arruda, que também aparecem recebendo dinheiro. Um deles é Luiz França, ex-presidente do PMN. Outro é o ex-administrador da cidade-satélite de Samambaia José Naves. Ele recebe oito maços com notas de R$ 50. Hoje, Naves é diretor-presidente da companhia de habitação do Distrito Federal. O ex-deputado Odilon Aires, atual presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do DF, também foi gravado recebendo dinheiro.
.
.
Para DEM, vídeos envolvendo Arruda são 'letais'
Cúpula do partido se reúne amanhã com governador do DF, mas já considera desfiliação
LEANDRO COLON E CAROL PIRES - Agencia Estado
.
BRASÍLIA - A direção do Democratas agendou para amanhã à tarde um encontro com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, quando ele vai tentar justificar as imagens gravadas e os documentos recolhidos pela Operação Caixa de Pandora, com indícios de um esquema de mensalão no governo do DF. A investigação mostra a coleta e distribuição de propinas pela base aliada, mas Arruda, orientado pelos advogados, quer transformar tudo em um "crime eleitoral". A investigação envolve, além do governador, pelo menos mais quatro secretários e quatro deputados distritais.
.
Apesar da estratégia do governador, a cúpula do DEM considera "letais" os vídeos em poder da PF, que foram gravados - sob orientação da PF e com autorização do Judiciário - pelo secretário demitido Durval Barbosa (Relações Institucionais). Dirigentes do DEM consideraram a explicação, de que o dinheiro seria para a compra de panetones para famílias carentes, "conversa pra boi dormir".
.
"Eu disse a ele (Arruda) que precisamos de provas, fatos, argumentos. Não queremos versões. O partido é realista. O partido se curva aos fatos. Os fatos são devastadores", afirmou o senador Demostenes Torres (DEM-GO). Na avaliação da direção do partido, a manutenção de Arruda no quadro partidário provoca um "desgaste brutal", o que prejudica os planos de recuperação em 2010 do espaço perdido na política nos últimos anos.
.
Um dirigente do partido disse ao Estado que "não há alternativa" para o governador que não seja a desfiliação dos quadros do DEM. Senadores e deputados já sabem que os demais vídeos em poder do DF são igualmente "devastadores" para a imagem do governador e do partido. Arruda será pressionado a abandonar a sigla antes que seja aberto processo de sua expulsão da legenda.

CHAPA 1 "REAFIRMAR O COMPROMISSO" VENCE AS ELEIÇÕES PARA NOVA COORDENAÇÃO COLEGIADA DO SINTET-UFU

Com 784 votos, foi eleita a Chapa 01 “REAFIRMAR O COMPROMISSO”, para a Coordenação Colegiada e a Chapa Única do Conselho Fiscal foi eleita recebendo 1052 votos.

Votaram para a Coordenação Colegiada1301 filiados ao SINTET-UFU, de um total de 3478 sindicalizados, entre técnico-administrativos, Trabalhadores Fundacionais e aposentados. Para o Conselho Fiscal o total de votantes foi 1293, do total de 3478 sindicalizados.

A Chapa “REAFIRMAR O COMPROMISSO”, para Coordenação Colegiada e Conselho Fiscal terão mandato para o período de 2010 a 2012.
Veja os detalhes no Boletim abaixo:

terça-feira, 24 de novembro de 2009

SINTRASEF-RJ DE VOLTA À CUT!!


22 de novembro é uma data histórica!!
O 10º Congresso do Sintrasef-RJ - Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no RJ, o maior sindicato de servidores federais - decide pela refiliação à CUT.

IMPRENSA E DIVULGACAO - SITE DO SINTRASEF-RJ

Os delegados da base do Sintrasef e diretores aprovaram na manhã do dia 22 de novembro de 2009 a refiliação do sindicato à Central Única dos Trabalhadores. O Presidente da CUT-RJ, Darby Igayara, que no sábado havia afirmado que a central sentiu na carne a desfiliação do Sindicato, dada a história que ambos conquistaram em defesa dos trabalhadores em mais de 20 anos de luta, disse que a volta vai fortalecer a luta em prol de todos os trabalhadores e não apenas a dos servidores públicos.

E a Central se preparou para a festa - que não contou com a esperada presença do presidente da CUT Artur Henrique, chamado em cima da hora à Goiás, e do presidente do IPEA Marcio Pochmann, que foi convocado para missão brasileira no exterior. Com camisetas, bonés e um time para não deixar dúvidas, que contava com o presidente da CUT/RJ Darby Igayara, os diretores executivos Adeílson Ribeiro Telles e Pedro Armengol, o presidente da CUT-PE Sergio Goiana e Lucia Reis, da Internacional do Serviço Público, a CUT mostrou que a vitória era esperada. E aconteceu por ampla maioria dos mais de 300 participantes que ocuparam o Centro de Convenções do Hotel Rio’s Presidente. O evento contou com a participação de Luiz Falcão, editor geral do Jornal A Verdade e da Intersindical, José Walber Ferreira.

Tranqüilo e calmo. Assim foi o 10º Congresso do Sintrasef, sem grandes polêmicas e com um discurso afinado em prol da unidade dos trabalhadores diante dos desafios que estão se apresentando, como a retomada das negociações e o cumprimento dos acordos por parte do Governo. Estes foram os discursos que uniram o secretário-geral e o diretor de comunicação da Condsef, Josemilton Costa e Sergio Ronaldo da Silva, aos diretores do Sindicato. As eleições do ano que vem também mereceram destaque dentro do Congresso. A maioria foi unânime em alertar para o risco de ter de volta a dupla medonha formada por PSDB e DEM, de memória tão nefasta para os trabalhadores e para o país.

As teses mostraram semelhanças em suas análises da conjuntura internacional, com destaque para as questões latino-americanas, com as eleições de governos progressistas. As análises da conjuntura nacional, no entanto, marcaram diferenças em relação ao posicionamento do Governo Lula. A Tese nº1 “Sintrasef independente, de luta e classista” foi a tese-guia e teve suas propostas aprovadas nesse novo momento para o Sintrasef/RJ. Para a grande maioria dos participantes, de agora em diante as lutas terão mais força, como aquela que defende 40 horas semanais para os trabalhadores brasileiros.

-- Você já conhece o blog? http://heldermolina .blogspot. com
Visite, pesquise, divulgue, indique:
Sindicalismo; Trabalho; Fomação Política; Organização Sindical; Movimentos Sociais; Educação Popular; Cursos; Artigos; Assessoria; Planejamento; Projetos;... e Poesias...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ELEIÇÕES PARA NOVA COORDENAÇÃO COLEGIADA DO SINTET-UFU DIA 25 DE NOVEMBRO DE 2009 - CARTA PROGRAMA: CHAPA 1 - REAFIRMAR O COMPROMISSO

SINDICATO FORTE, COMBATIVO, DE LUTA E UNIDO!

Companheiros(as),
A lógica do capitalismo caminha a passos largos e o alvo principal é a classe trabalhadora: autoritarismo, assédio moral, condições de trabalho precário, ameaças a conquistas históricas e constante pressão psicológicas visando demissões involuntárias por parte da administração, são fatores presentes no nosso cotidiano.

Para combater essas práticas ameaçadoras é preciso estarmos unidos e organizados no nosso sindicato. A chapa 1, REAFIRMAR O COMPROMISSO propõe lutar incansavelmente em defesa dos direitos da nossa categoria.

Em nosso programa abordamos de forma clara o sindicato que queremos e que pretendemos continuar a construir com a participação conjunta de todos filiados.

Vamos incentivar esta participação de todos os técnicos administrativos da UFU e Fundações, pois queremos um Sindicato atuante, forte, combativo e de luta.

Após dois mandados da atual gestão, apresentamos uma nova coordenação colegiada, composta por novos membros e contando também com a experiência adquirida nas gestões passadas e a que conseguimos na vivência sindical, portanto temos de repensar o Sindicato e trabalharmos juntos para lutarmos por nossos direitos tanto em Brasília quanto aqui na UFU.

Propomos um sindicato novo, com a cara dos servidores, uma identidade local atuante e ao mesmo tempo, um sindicato forte, defendendo nossas questões jurídicas, políticas e administrativas, com o espírito de LUTA, como sempre fez.

Trabalharemos pela manutenção do emprego dos fundacionais (FAU, FAEPU, FUNDAP, RTU) e pela abertura imediata de concurso público. Nossa campanha contra as demissões envolve toda a categoria, de modo que convocaremos os trabalhadores para lutarmos juntos contra as demissões e pela manutenção dos direitos já conquistados.

A CHAPA 1 continuará na luta pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução de salário. Com pagamento de horas extras sem banco de horas.

Nossa chapa é composta de 19 membros, em 9 Coordenações e mais 05 suplentes, combina a experiência com a renovação.

A chapa possui 10 membros que não participam da atual Coordenação Colegiada além de 04 novos suplentes, o que caracteriza a RENOVAÇÃO do Sindicato.

Apresentamos também nomes para o Conselho Fiscal, sendo estes já conhecedores do trabalho e da responsabilidade que cabe ao Conselho. Destes nomes 03 já atuaram antes como conselheiros fiscais do sindicato e 03 entraram agora para somar e trabalhar em conjunto com os demais na construção de um sindicato sério e atuante, sempre em favor dos trabalhadores da UFU.

Consideramos extremamente necessário que tenhamos pessoas novas compondo a nova coordenação, pois estas trazem consigo novas propostas, novas metodologias e também novas dinâmicas. Ao mesmo tempo é imprescindível que tenhamos aliados á renovação a experiência de quem já participou de diversas lutas e embates políticos com a Administração da Universidade e com o Governo, participando ativamente de caravanas, passeatas, plenárias e congressos de nossa federação (FASUBRA) e, principalmente, não têm receio de expor suas idéias e defender a base dos trabalhadores da UFU.

ALGUMAS DE NOSSAS PROPOSTAS:
1. Garantir a seriedade e transparência na administração e na prestação de contas do sindicato, tendo sempre como foco os três pilares principais do SINTET-UFU: a luta política, a formação sindical e a gestão administrativa dos bens e recursos do sindicato;

2. Negociação e defesa dos trabalhadores aqui na UFU e em Brasília;

3. Trabalhar pela defesa da carreira, salário e qualidade de vida;

4. Lutar pela democracia: processos de trabalho respeitosos e escolha coletiva dos dirigentes, eleição imediata para chefias e direção do HC;

5. Defesa e promoção da Universidade pública, gratuita, autônoma e de qualidade, pela moralidade administrativa;

6. Trabalhar contra as terceirizações e todas as formas de precarização das relações de trabalho;

7. Investir ativamente na formação política para revelar novas lideranças sindicais;

8. Manter um processo contínuo de fortalecimento das filiações ao sindicato;

9. Defender a participação ativa dos aposentados e pensionistas em todos os fóruns da categoria e sua participação nas atividades políticas e recreativas;

10. Lutar ativamente pela manutenção da paridade entre ativos e aposentados;

11. Cobraremos insistentemente da administração da Universidade a fiscalização do Plano de Saúde e de seus reajustes;

12. Lutaremos incessantemente pela implantação das 30 horas conforme decreto 4836;
13. Trabalharemos pelo reajuste imediato dos benefícios (vale alimentação, vale transporte, auxílio creche, entre outros);

14. Pela valorização dos trabalhadores das Fundações;

15. Pelo pagamento imediato do retroativo e reflexos (19%) da FAEPU;
16. Pelo retorno do plano de cargos e salários da FAEPU;

17. Pela democratização e transparência nos plantões hospitalares;

18. Pela correção imediata, através da racionalização de cargos, das injustiças causadas na carreira, principalmente nos cargos de motoristas, enfermagem e outros;

19. Pela aprovação do projeto de Lei que institui a data base dos servidores públicos;

20. Pela revogação da Lei 9632, que tratou da extinção de cargos;

21. Organizar uma vez ao ano um dia de cultura, esporte e lazer para integração dos trabalhadores das fazendas;

22. Requerer e cobrar da administração da UFU melhoria das condições de trabalho, moradia e acesso a saúde dos trabalhadores das fazendas;

23. Trabalhar ao máximo para que sejam cumpridas as resoluções do XVII CONSINTET-UFU;

24. Trabalhar para fortalecer a FASUBRA e a CUT (Central Única dos Trabalhadores);
25. Lutar para que as propostas dos servidores técnicos administrativos para o PIDE/PDIC (Plano de Desenvolvimento Institucional da UFU) sejam aprovadas;

26. Cobrar da Universidade condições adequadas de trabalho para os trabalhadores do Campus Pontal;
27. Manter vínculo constante com os trabalhadores do Pontal, visando propiciar informações atualizadas e atuar ativamente junto as demandas apresentadas pelos técnicos que lá trabalham;
28. Participação ativa dos técnicos administrativos na discussão com a Administração da UFU para a revitalização da ASUFUB, propondo, principalmente, ações que tratem de qualidade de vida, esporte, lazer e cultura para toda a categoria, seus dependentes e comunidade universitária em geral;

29. Contribuir para a construção de uma sociedade justa, sustentável e de oportunidades para todos;

30. Defesa do meio ambiente nos processos produtivos e administrativos na sociedade.

COMPONENTES:
COORDENAÇÃO GERAL

Carlos Humberto Correia (Carlinhos) - DIEFI /SM
Sebastião Elias da Silveira - Clínica Médica / HC
Sérgio dos Santos Neves - DIROB / SM

COORDENAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
Adair Andrade - DITRA
José Carlos Vieira – DIVIG
COORDENAÇÃO DE FORM. E RELAÇÕES SINDICAIS
Aristides Valdivino - EDUCA
Sirle de Souza - Encubadora da UFU

COORDENAÇÃO DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO
Rodrigo Mendonça de Faria - C. PONTAL
Wesley Marques – DIVIG

COORDENAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
José Henrique - Lavanderia
Luiz Cláudio Teixeira – Gráfica
COORDENAÇÃO DE ASSUNTOS DOS APOSENTADOS
Laura Ferreira - Aposentada
Máucia Vieira dos Reis – SEDHIS
COORDENAÇÃO DE ESPORTES CULTURA E LAZER
Celeste Francisca da Silva - PROREH
Edmilson Borges da Silva - DIVIG

COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS E ANTI-RACISTAS
Doralice Corrêa Marçal - DISEG
Magna Soares dos Reis – Lavanderia
COORDENAÇÃO DE ASS. JURÍDICOS E REL. DE TRABALHO
Antônio Araújo - Laboratório de Análise Clínica
Victor Ferreira Martins – Aposentado
SUPLENTES
Flávia Arantes Rosa - SELIM/HC
Geraldo Júnior Rezende - Cirúrgica I
João Augusto Tavares Pinho - DIROB
Marcelo Catarino - Cirúrgica I
Rubens Antônio Pereira – Agronomia

CONSELHO FISCAL
Celso Antônio - DIVIG
Maria Laudemira S. Rezende - SERES
Francisco Fidelis Silva - Cirúrgica II
SUPLENTES CONSELHO FISCAL
Alaor Vicente da Silva - DIROB
Cíntia Alves Pedrosa - Esterelização
Walterson Bernardes de Amorim - DIEFI

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

TRIBO UBERLÂNDIA MONTA CHAPA PARA CONCORRER A NOVA GESTÃO DO SINTET-UFU

É isso mesmo pessoal, a TRIBO aqui na UFU está toda mobilizada para as próximas eleições para a coordenação colegiada do SINTET-UFU.

Desta vez a TRIBO apresenta uma composição com vários nomes novos, alguns oriundos do HCU e outros dos Campus Sta. Mônica e Pontal. É uma turma que veio para lutar pelos direitos dos trabalhadores, sejam eles UFU, FUNDAÇÕES e até mesmo os terceirizados, pois estes têm trabalhado conosco na construção e manutenção desta Universidade que tanto amamos.

A CHAPA REAFIRMAR O COMPROMISSO É COMPOSTA DETRABALHADORES QUE TÊM REAL COMPROMISSO COM A CATEGORIA E APRESENTA A CHAPA PARA O BIÊNIO 2010-2012.

COORDENAÇÃO GERAL
Carlos Humberto Correira (Carlinhos) - DIEFI /SM
Sebastião Elias da Silveira - Clínica Médica
Sérgio dos Santos Neves - DIROB / SM
COORDENAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
Adair Andrade - DITRA
José Carlos Vieira - DIVIG
COORDENAÇÃO DE FORMAÇÃO E RELAÇÕES SINDICAIS
Aristides Valdivino - EDUCA
Sirle de Souza - Encubadora da UFU
COORDENAÇÃO DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO
Rodrigo Mendonça de Faria - C. PONTAL
Wesley Marques - DIVIG
COORDENAÇÃO DAS FUNDAÇÕES
José Henrique - Lavanderia
Luiz Cláudio Teixeira - Gráfica
COORDENAÇÃO DE ASSUNTOS DOS APOSENTADOS
Laura Ferreira - Aposentada
Máucia Vieira dos Reis - SEDHIS
COORDENAÇÃO DE ESPORTES CULTURA E LAZER
Celeste Francisca da Silva - PROREH
Edmilson Borges da Silva - DIVIG
COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS E ANTI-RACISTAS
Doralice Corrêa Marçal - DISEG
Magna Soares dos Reis - Lavanderia
COORDENAÇÃO DE ASSUNTOS JURÍDICOS E RELAÇÕES DE TRABALHO
Antônio Araújo - Laboratório de Análise Clínica
Victor Ferreira Martins - Aposentado
SUPLENTES
Rubens Antônio Pereira - Agronomia
Flávia Arantes Rosa - SELIM/HC
João Augusto Tavares Pinho - DIROB
Geraldo Júnior Rezende - Cirúrgica I
Marcelo Catarino - HC

CONSELHO FISCAL
Celso Antônio - DIVIG
Maria Laudemira S. Rezende - SERES
Fidelis Silva - Clínica Cirúrgica II
SUPLENTES CONSELHO FISCAL
Alaor Vicente da Silva - DIROB
Cíntia Alves Pedrosa - Esterelização
Walterson Bernardes de Amorim - DIEFI

Estas pessoas estão a todo o vapor para somar conosco e fazermos muita pressão, tanto em Brasília quanto aqui na UFU mesmo, junto a reitoria. O maior objetivo desta chapa é o de fazer do SINTET-UFU um sindicato forte e de luta.

Sim pessoal, o sindicato quem faz somos nós trabalhadores e juntos somos fortes, unidos somos imbatíveis!!!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Expansãodo Bolsa-Família elevou PIB em R$43,1 bilhões,indica estudo

Economista e aluno do Insper pesquisaram efeitos do projeto na economia dos municípios entre 2004 e 2006

SEXTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2009 - O ESTADO DE S. PAULO - NACIONAL A9 - CIDADANIA
Fernando Dantas
RIO

A expansão do valor total dos benefícios pagos pelo Bolsa-Família entre 2005 e 2006, de R$1,8 bilhão, provocou um crescimento adicional do PIB de R$43,1 bilhões, e receitas adicionais de impostos de R$ 12,6 bilhões.
Esse ganho tributário é 70% maior do que o total de benefícios pagos pelo Bolsa-Família em 2006, que foi de R$ 7,5 bilhões.

Essas estimativas estão num estudo recém concluído dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), antigo Ibmec-SãoPaulo, e de Paulo Henrique Landim Junior, aluno da graduação do Insper.

O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Família – que hoje atinge 12,9 milhões de famílias – na economia dos municípios. Os pesquisadores investigaram 5,5 mil municípios nos anos de 2004, 2005 e 2006. Os dados utilizados foram o PIB, a população e a arrecadação de tributos nos municípios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e os desembolsos do Bolsa-Família, do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

A partir dessa base, Menezes e Landim empregaram métodos estatísticos para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses do programa per capita – os repasses divididos pela população do município (e não pelo número de beneficiários). A conclusão foi de que um aumento de 10% no repasse médio percapita do Bolsa-Família leva a uma ampliação de 0,6% no PIB municipal no ano em que ocorre a expansão e no seguinte.
‘Impacto é grande, quando se pensa no valor do PIB”, diz pesquisador
“O impacto pode parecer pequeno, mas quando analisamos os efeitos levando em conta os números absolutos do PIB, ele é bem grande”, diz Menezes.

A magnitude do efeito do Bolsa-Família no PIB ficou a clara quando os pesquisadores fizeram o que chamaram de “análise de custo-benefício”, tomando os anos de 2005 e 2006. Entre os dois períodos, os repasses do programa subiram de R$5,7 bilhões para R$7,5 bilhões, num salto de R$1,8 bilhão, ou de 30, 34%. O valor médio do repasse em 2006 foi de R$61,97 por família, e o percentual da população beneficiada foi de 36,4%.

Considerando-se a relação de 0,6% a mais de PIB para cada 10% a mais de Bolsa-Família, o aumento de 30, 34% em 2006 significa um ganho no conjunto dos municípios – isto é, do País – de 1,82%. Aplicado ao PIB de 2006 de R$2,37 trilhões, chega-se ao PIB adicional de R$43,1 bilhões. Dessa forma, para cada R$0,04 de Bolsa-Família a mais, o ganho de PIB foi de R$1.

Menezes fez cálculos adicionais, levando em conta que a distribuição do aumento do Bolsa-Família de 2005 para 2006 não foi homogênea entre todos os municípios brasileiros, e obteve resultados muito parecidos.

Ele diz que aquele efeito explica-se pelo chamado “multiplicador keynesiano”, que faz com que um gasto adicional circule pela economia – de quem paga para quem recebe–várias vezes, aumentando a demanda bem mais do que o seu valor inicial.

A análise dos dois economistas permitiu avaliar também o impacto dos aumentos de repasses do Bolsa-Família nos diferentes setores da economia municipal.

O maior efeito foi encontrado na indústria – para cada 10% a mais de Bolsa-Família, o PIB industrial aumenta 0,81%.

Nos serviços, o impacto foi de 0,19%, enquanto na agricultura não foi registrado efeito significativo.

“É possível que a indústria tenha sido mais afetada por causa do aumento de consumo de energia elétrica, água, esgoto e gás das famílias pobres e extremamente pobres que recebem Bolsa-Família”, diz Menezes.

No caso da arrecadação municipal, o estudo indica que um aumento de 10% nos repasses leva a um aumento médio de 1,36%. Levando-se em conta o total de impostos gerados nos municípios em 2006, de R$304,7 bilhões, concluiu-se que o aumento de 30, 34% do Bolsa-Família provocou uma alta de 4,1% na arrecadação, ou R$12,6 bilhões. ●
NÚMEROS

R$ 7,5 bilhões foi o total gasto com o Bolsa-Família em 2006;
R$ 1,8 bilhão refere-se à parcela que superou o gasto de 2005;
R$ 43 bilhões foi o PIB gerado pelo gasto adicional com o Bolsa-Família em 2006;
R$12,6 bilhões foi a receita adicional de impostos com o programa em 2006.

sábado, 10 de outubro de 2009

NOVA SEDE DO SINTET-UFU

Foi inaugurada ontem, dia 09/10/08, a nova sede do SINTET-UFU na rua Salvador número 995, no bairro Aparecida. Além da nova sede o SINTET adquiriu também um novo veículo, um voyage, que servirá para realizar diversos serviços que anteriormente tinham que esperar a disponibilidade da kombi.
Para nós da Tribo foram duas grandes conquistas, primeiro pelo fato de o sindicato ter participado de todos os eventos promovidos pela federação e outros a nível local, segundo por ser a atual e a anterior gestão toda composta por membros da Tribo.
Nestes quatro anos que a Tribo está a frente do sindicato conseguimos sair do aluguel adquirindo a sede própria, manter o apartamento (não houve necessidade de vendê-lo), adquirir dois novos veículos (a kombi na primeira gestão e o voyage na atual gestão). Os coordenadores demonstraram capacidade administrativa e política nestes quatro anos, podendo passar por uma greve (2007), uma eleição para reitor, enviou delegados para participarem do seminário nacional de segurança, das plenárias e congressos da FASUBRA, do I seminário dos motoristas e agora estará participando também da copa FASUBRA, e ainda assim manter suas contas em dia (nunca deixou de contribuir com a FASUBRA e a CUT).
Todo este trabalho reflete a seriedade, honestidade e capacidade de gestão dos coordenadores. Estão todos de parabéns, ou melhor, estamos todos de parabéns, pois nós que estamos na base também temos mérito, pois soubemos reconhecer nesses companheiros as qualidades inerentes da liderança, esforço, compromisso e coragem que se fazem necessárias a frente de um sindicato do porte de um sindicato de técnicos administrativos de uma Universidade Federal.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Condsef participa de audiência no Ministério da Saúde para discutir situação dos servidores

Escrito por Condsef
08/10/2009

Nesta quarta-feira (7), a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) foi recebida em audiência pela secretária-executiva e ministra interina do Ministério da Saúde (MS), Márcia Bassit. O encontro foi conseguido pelo deputado federal Carlos Santana, acionado pela direção do Sintrasef-RJ, filiado à Condsef. Santana também participou da reunião que teve como pauta dois pontos centrais: a situação da lotação dos servidores da Funasa e reestruturação da carreira do Ministério da Saúde. A Condsef também cobrou suporte do ministério para cobrar a reabertura de prazo que garante inclusão de cerca de 36 mil servidores na Carreira da Previdência, Saúde e Trabalho (CPST).

A ministra interina informou que um aviso ministerial foi enviado no último dia 2 ao Planejamento cobrando necessidade de reestruturar a carreira da Saúde. O ministério enviou cópia da proposta entregue pela Condsef e defendida pelos trabalhadores do setor. No aviso, também de acordo com Bassit, o MS também recomendou reabertura de prazo para os servidores que ficaram de fora da CPST.

Para a Condsef o envio do aviso ministerial é importante para ratificar a proposta de carreira específica do MS e suas vinculadas. O debate será iniciado nesta quinta, quando será instalado o grupo de trabalho (GT) da CPST. A categoria deve ficar mobilizada e atenta ao processo. Os itens discutidos na audiência de hoje e o resultado da primeira reunião do GT serão levados a debate na Plenária Setorial dos servidores da Saúde que a Condsef realiza no próximo dia 23.

Decreto para redistribuição está sendo elaborado - Ao ser questionada sobre a situação da lotação dos servidores da Funasa, Bassit disse que equipes técnicas da Saúde, Funasa e Planejamento estão envolvidas na elaboração de um Decreto. O objetivo é readequar a estrutura do Ministério da Saúde para receber os servidores redistribuídos. De acordo com a ministra interina o Decreto está em fase de conclusão e deve ser enviado ao Planejamento nos próximos dias. O documento se baseou no resultado de relatório criado pelo GT que debateu o tema.

Bassit explicou que a nova estrutura do MS deve incorporar novas estruturas de núcleos regionais nos Estados. As mudanças visam criar condições para receber esta força de trabalho, próxima de 26 mil servidores em todo o Brasil.

Para saber como fica a situação de servidores que devem continuar na Funasa, a Condsef terá uma reunião com o presidente da Fundação, Danilo Forte, no próximo dia 13, terça. O encontro foi conseguido com ajuda do Sindsep-GO, entidade filiada à Condsef.
************ ********* ********* ********* ********* ********* ********* *
Central Única dos Trabalhadores de Minas GeraisEdifício Atlântico - Rua Curitiba, 786 - 2 andar - CentroBelo Horizonte - Minas GeraisCep: 30.170-120 - Telefone: 31-2102-1900 - Fax: 31-2102-1902Site: www.cutmg.org.brE-mail: cutmg@terra.com.br
************ ********* ********* ********* ********* ********* ********* *

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CONAE - É HORA DO PAÍS DISCUTIR A EDUCAÇÃO

Marita Andrade

Pela primeira vez, os governos federal, estadual e municipal e a sociedade civil vão discutir juntos os rumos da educação em todos os níveis de ensino e traçar as metas para o novo Plano Nacional de Educação.

Clique nas imagens abaixo para continuar a ler o texto.














PRESENÇA PEDAGÓGICA – v. 15 – n. 88 – jul./ago. 2009

EDUCAÇÃO, EIXO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL


Com os preparativos para a realização da 1 Conferência Nacional de Educação (CONAE), muito se tem falado sobre as carências do ensino brasileiro e as novas bases para o Plano Nacional de Educação.

Antes de mais nada, é imprescindível pontuar os principais obstáculos para consolidar um sistema nacional de educação de qualidade no País. Entre eles, destaco os de ordem financeira, representados pela histórica resistência de nossas elites econômicas e políticas à manutenção da educação pública. Os obstáculos de natureza política são expressas na descontinuidade das políticas educativas, o que impede que se imprima uma orientação orgânica e continuada a atividade educativa, exigência inerente ao próprio sistema nacional de educação.
Clique nas imagens abaixo para continuar a ler o texto.


* Professor Emérito da Unicamp e coordenador geral do Grupo Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil”.
E-mail: dermevalsaviani@yahoo.com.br

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sindicato: nossa casa coletiva, nossa identidade, nosso instrumento de luta.

Helder Molina (*)

O sindicato existe para defender os direitos dos trabalhadores. Nossos direitos são frutos de muitas lutas e para garantí-los precisamos de um sindicato forte e de luta. Hoje temos emprego, salário, previdência, plano de saúde e tantos outros direitos garantidos. Milhões de trabalhadores não têm. Amanhã, quem garante que não estaremos sem emprego, vivendo na informalidade, sem salário, sem renda, sem direitos, sem futuro? É pensando nisso que nos organizamos em sindicatos.

Os direitos que os trabalhadores têm hoje são fruto de lutas travadas no século XIX. Duros combates e mobilizações para melhorar a vida dos trabalhadores se deram não só no Brasil (desde a escravidão), mas no mundo inteiro. A luta pela definição, e depois pela redução da jornada de trabalho, vem de 150 anos. Quando não havia sindicatos, nem direitos trabalhistas, era o patrão quem decidia o preço da força de trabalho e a duração da jornada. Eram de 14 ou 16 horas diárias e o trabalho das crianças e mulheres não eram remunerados.

Só na década de 20 os trabalhadores conquistaram a jornada de 8 horas diárias. E no Brasil foi garantida na lei só em 1932. A vida “produtiva” de um trabalhador não passava de 25 anos de trabalho. Antes disso, viravam bagaços humanos nas engrenagens das fábricas.

Só a partir de 1910 foram garantidos o descanso aos domingos e o direito a férias. E essas conquistas foram a custa de muitas greves, mobilizações de massas, sofrendo repressões violentas, torturas, prisões, desaparecimentos, mortes. Operárias queimadas vivas numa fábrica de Chicago são prova disso.

Os grandes banqueiros e empresários só acumulam lucros porque exploram os trabalhadores. Dinheiro não nasce em árvore, nem cai do céu. O lucro privado ou estatal é produto da exploração do trabalho, do trabalhar e da ausência de políticas sociais de distribuição da riqueza e dos benefícios gerados pelo trabalho humano, ou quando o Estado vira um comitê de negócios e interesses das classes que dominam a sociedade e monopolizam a economia.

O 13º salário foi conquistado após grandes greves, confrontos sangrentos, desde 1953, em São Paulo. E só foi reconhecido em lei em 1962, no governo Goulart, após uma década de lutas. As leis de aposentadoria, contra acidentes de trabalho, da licença-maternidade, da periculosidade e insalubridades, fundo de garantia por tempo de serviço, todas, foram resultados de muitas lutas, sem nenhuma dádiva do Estado e dos patrões.

Foram presos mais de cinco mil trabalhadores metalúrgicos, em greve, na frente do sindicato, em São Paulo para conquistar um direito que os trabalhadores já tinham na Europa, Japão e nos EUA. Questão social no Brasil sempre foi “caso de polícia”.

Nada veio por bondade dos patrões, dádiva do Estado, vontade de Deus, ou por “sorte” de alguns trabalhadores. Ao contrário, só a resistência, a organização, a luta, a mobilização coletiva, traz conquista e direitos.

A empresa privada ou estatal, para implantar banco de horas tem, por força da Convenção Coletiva, negociada pelo sindicato, que se submeter às regras instituídas para proteger nossos direitos.

Todo trabalhador tem direito de se sindicalizar, exercer sua cidadania sindical, opinar, discordar, propor, eleger e ser eleito, desde que participe ativamente da vida de seu sindicato. Quando sindicalizado, não precisa descontar a Contribuição Assistencial, que é decidida em Assembléia.

Por força da Convenção Coletiva, negociada pelo sindicato, as horas extras de domingos e feriados não podem ser compensadas no Banco de Horas, isso é uma conquista de duras lutas e conflituosas negociações.

Nunca é demais registrar: Do céu só cai chuva, sol e as benções da fé. Todos os direitos trabalhistas, direitos sociais, políticos, que temos hoje, foram conquistados por meio de muita luta, da organização sindical e dos movimentos sociais. Tudo é fruto de lutas. Se lutando já é difícil, sem luta é muito mais!

O sindicato, ao cobrar Contribuição Assistencial dos trabalhadores não sindicalizados faz um ato de justiça, pois as despesas de uma campanha salarial são grandes, e os direitos e benefícios, quando conquistados e garantidos são distribuídos a todos e todas, os que lutaram e os que não lutaram. Não é justo que só os sindicalizados se responsabilizem pelos custos. Os sindicalizados sustentam a entidade, sempre, antes e após as campanhas salariais.

Por conseqüência desse ato, a Contribuição Assistencial visa garantir recursos para as despesas da campanha salarial como cálculos e acompanhamentos estatísticos e sócio-econômicos, assessoria jurídica, produção de boletins, viagens para negociações, materiais, jornais, publicações de editais, etc.

O trabalhador sindicalizado tem direito garantido de assistência jurídica, seja individual ou coletivo, com advogados de direitos trabalhista, criminal e cível (atendendo demandas administrativas e judiciais de condomínio, taxas, contratos, direitos lesados, defesa do consumidor).

O trabalhador sindicalizado tem direito a descontos em diversas instituições de ensino, lazer, esporte, saúde e outras, com as quais o sindicato tem convênio. Uma negociação salarial é longa, difícil, cansativa, com avanços e recuos, ainda mais em tempos de crise. O sindicato negocia duramente para que você tenha reajustes sobre o salário, sobre o tíquete e todas as outras cláusulas que envolvem valores monetários.

Tenha certeza que, se dependesse do governo você receberia 0% de reajuste salarial e seus direitos seriam reduzidos e benefícios retirados. Só não nos atacam mais, porque lutamos coletivamente e porque o sindicato luta com você.

No setor privado, o sindicato tem negociado Acordos de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com várias empresas e o trabalhador pode e deve se mobilizar e incluir sua empresa nessa relação. Isso não significa que abandonamos nossa luta contra a propriedade privada e o capitalismo. Mas trata-se de receber parte do que nos é roubado pelos patrões. Só o sindicato pode negociar e assinar a PLR, pela CLT o sindicato tem o monopólio da negociação coletiva.
Pense em tudo isso, e fortaleça seu sindicato. Ele é fraco sem você, mas é poderoso se unimos forças com ele. Você é ele.
(*) Helder Molina (Maio de 2009) – Historiador e mestre em Educação pela UFF, Doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana - UERJ, educador e pesquisador sindical, assessor de formação da CUT-RJ e do SINDPD-RJ. Professor da Faculdade de Educação e doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana pela UERJ, educador e pesquisador sindical, assessor de formação da CUT-RJ e do SINDPD-RJ

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Plenária da Fasubra aprova plano de lutas para carreira e paralisação dia 21 de outubro

Avaliação da Plenária
O SINTET-UFU foi representado pelo coordenador geral Sérgio (índio) e pelos delegados da base Wesley, Sirle e João Batista, todos da Tribo, e também por Wilson uberaba, independente.

Foram aprovados alguns pontos importantes para os aposentados, mas a expectativa em relação a reunião de negociação dia 23/9 com o Ministério do Planejamento deixou a desejar, pois na plenária foi informado que o Secretário de RH do MEC, Duvanier Paiva, anunciou que pretende mexer no Plano de Carreira, mas ainda não informou em que pontos.

No sábado pela manhã houve credenciamento das delegações e o início dos trabalhos foi difícil, pois assim que iniciaram os informes de base faltou luz, e após aguardarmos algum tempo soubemos que a mesma não retornaria, seguimos então para o "circo" da Fasubra e logo após o almoço continuou a serem dados os informes. Houve um grande debate sobre os terceirizados, principalmente se seríamos contra a demissão dos mesmos ou não. Sendo que havia uma certa concordância quanto aos fundacionais mas não quanto aos outros terceirizados.
De modo que dois pontos foram polêmicos: a questão dos trabalhadores Terceirizados e o apoio a readmissão daqueles que sairam com nos Planos de Demissão Voluntária (PDV), ambos pontos dividiram as opiniões inclusive internamente nas forças políticas.
Na avaliação geral a plenária foi positiva, pois conseguimos avançar em vários pontos propostos no Confasubra, embora não se discutiu estratégia de mobilização para se avançar na implementação das propostas.
De modo que a Plenária dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Universidades Brasileiras, avaliou, debateu e aprovou o Plano de Lutas, além das propostas vindas dos grupos de trabalho, disponibilizadas no ID-01-SET, e sistematizadas para resolução na plenária.

Os pontos principais foram:
Resolução Congressual;
Resolução de Plenária;
Destacadas;
Sem Resolução e sem destaque na Comissão.


Basicamente foi isso, se me lembrar de algo mais, posto depois.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

LULA PROPÕE UMA "CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS SOCIAIS"

Amigos/as e companheiros/ as
Eis, abaixo, na íntegra, uma importante e história entrevista com Lula, no Valor Econômico de 19/09, onde ele expõe e discute o que era Brasil até 2002 e o que será o Brasil pós 2010...., suas idéias, conceitos e avaliaçõe ssobre economia, política, direitos sociais, sociedade, governo, eleições 2010, mundo....
Importante ler e redistribuir para nossas listas de contatos, amigos/as, companheiros/ as, para estimular o debate sobre conjuntura, etc.
Saudações,
Helder Molina
...........................................................
Autor(es): Claudia Safatle, Maria Cristina Fernandes, Cristiano Romero e Raymundo Costa
Valor Econômico - 17/09/2009
O presidente disse em entrevista ao Valor, ontem pela manhã, que não vai pedir urgência para esse projeto. "É bom mesmo que ele seja discutido em ano eleitoral".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende mandar ao Congresso ainda este ano um projeto de lei para consolidar as políticas sociais de seu governo. A ideia é amarrar no texto da lei uma "Consolidação das Leis Sociais", a exemplo do que, na década de 50, Getúlio Vargas fez com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Diz que, para este projeto, nãovai pedir urgência. "É bom mesmo que seja discutido no ano eleitoral".
Faz parte dos planos do presidente também para este ano encaminhar ao Congresso um projeto de inclusão digital. "Será para integrar o país todinho com fibras óticas", adiantou.
Na primeira entrevista concedida após a grande crise global, Lula criticou as empresas que, por medo ou incertezas, se precipitaram tomando medidas desnecessárias e defendeu a ação do Estado. "Quem sustentou essa crise foi o governo e o povo pobre, porque alguns setores empresariais brasileirospisaram no breque de forma desnecessária".
Ele explicou porque está insatisfeito especialmente com a Vale do Rio Doce, a quem tem pressionado a agregar valor à extração de minério, construir usinas siderúrgicas e fazer suas encomendas dentro do país, em vez de recorrer à importação, como tem feito. "A Vale não pode ficar se dando ao luxo de ficar exportando apenas minério de ferro", diz ele.
Hoje, disse, os chineses já produzem 535 milhões de toneladas de aço por ano, enquanto o Brasil, o maior produtor de minério do mundo, produz apenas 35 milhões de toneladas. "Isso não faz nenhum sentido."
O presidente defendeu a expansão de gastos promovida por seu governo, alegando que o Estado forte ajudou o país a enfrentar a recente crise econômica. "A gente não deveria ficar preocupado em saber quanto o Estado gasta. Deveria ficar preocupado em saber se o Estado está cumprindo com suas funções de bem tratar a população.
"Rechaçou a eventualidade do "risco Serra", aludido por algumas autoridades de seu governo face às veementes críticas do governador de São Paulo, José Serra (PSDB) à política monetária. "É uma cretinice política. É tão sério governar um país da magnitude do Brasil que ninguém que entre aqui vai se meter a fazer bobagem, vai ser bobo de mexer na estabilidade econômica e permitir que a inflação volte".
A falta de carisma da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata à sua sucessão em 2010 não é, para ele, um obstáculo eleitoral. "Se dependesse de carisma, Fernando Henrique Cardoso não teria sido eleito e Serra não seria nem candidato. Jânio Quadros tinha carisma e ficou só seis meses". O principal ativo de Dilma, na opinião de Lula, é a "capacidade gerencial" da ministra. "E mulher tem que ser dura mesmo, para se impor entre os homens.
"Lula contou que já desaconselhou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a se candidatar ao governo de Goiás. "Eu já disse pro Meirelles. Eu sinceramente acho que o Meirelles não devia pensar em ser candidato a governador, coisa nenhuma. Mas esse negócio tem um comichão..."
O risco de os esqueletos deixados por planos de estabilização de governos passados se transformarem em pesado fardo para o Tesouro Nacional preocupa o presidente. Segundo ele, se o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar as ações contra bancos baseadas em supostos prejuízos causados por planos econômicos, uma conta que supera os R$ 100 bilhões, os bancos vão acionar judicialmente a União para bancar que ela banque essa despesa.
Na entrevista ao Valor, concedida na manhã de ontem em seu gabinete no Centro Cultural do Banco do Brasil, o presidente falou por uma hora e meia.
Fumou cigarrilha na última meia hora da entrevista e não se recusou a falar de seu futuro político quando deixar a Presidência. "Gostaria de usar o que aprendi na Presidência para ajudar tanto a América Latina quanto a África a implementar políticas sociais, mas primeiro preciso saber se eles querem, porque de palpiteiro todo mundo está cansado".
Sobre uma nova candidatura em 2014, o presidente foi direto: "Se Dilma for eleita, ela tem todo direito de chegar em 2014 e falar "eu quero a reeleição". Se isso não acontecer, obviamente a história política pode ter outro rumo".
.
Valor: Passado um ano da grande crise global, a economia brasileira começa a se recuperar. Além do pré-sal, qual a agenda do governo para o pós crise?
Luiz Inácio Lula da Silva: Ainda este ano vou apresentar uma proposta sobre inclusão digital. E, também, uma proposta consolidando todas as políticas sociais do governo.
.
Valor: Inclusive, o Bolsa Família, o salário mínimo?
Lula: Todas. Vai ter uma lei que vai legalizar tudo, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Será uma consolidação das políticas públicas para sustentar os avanços conquistados. Tudo o que foi feito, até as conferências nacionais, porque nós só temos legalizada a da saúde.
.

Valor: Mas o governo ainda não conseguiu sequer aprovar a política de valorização do salário mínimo?
Lula: A culpa não é minha. Mandei (para o Congresso) já faz um ano e meio. Sou de um tempo de dirigente sindical que, quando a gente falava de salário mínimo, as pessoas já falavam logo de inflação. Nós demos, desde que cheguei aqui, 67% de aumento real para o salário mínimo e ninguém mais fala de inflação. O projeto que nós mandamos é uma coisa bonita. É a reposição da inflação mais o aumento do PIB de dois anos atrás. Quero consolidar isso porque acho que o Brasil tem que mudar de patamar.
.
Valor: O senhor vai pedir urgência?
Lula: Não. É ótimo que dê debate no ano eleitoral. Quando eu voltar de viagem, vou ter uma reunião com todos os ministros da área social e vamos começar a trabalhar nisso.
.
Valor: E a inclusão digital?
Lula: Esta eu quero mandar também este ano. Será para integrar o país com fibras óticas. O Brasil precisa disso. Eu dei 45 dias de prazo, ontem, para que me apresentem o projeto de integração de todo o sistema ótico do Brasil.
.
Valor: O que mais será feito?
Lula: Uma proposta de um novo PAC para 2011-2015, que anunciarei em janeiro ou fevereiro. Porque precisamos colocar, no Orçamento de 2011, dinheiro para a Copa do Mundo, sobretudo na questão de mobilização urbana. E, se a gente ganhar a sede das Olimpíadas, já tem que ter uma coisa mais poderosa nisso.
.
Valor: Só para a parte que lhe cabe no pré-sal, o BNDES diz que vai precisar de uma capitalização de R$ 100 bilhões do Tesouro Nacional. O senhor já autorizou a operação?
Lula: Acabamos de dar R$ 100 bilhões ao BNDES e nem utilizamos ainda todo esse dinheiro. Para nós, o pré-sal começa ontem. Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, pedi aos empresários que constituíssem um grupo de trabalho para que possamos ter dimensão do que vamos precisar nos próximos 15 anos entre infra estrutura, equipamentos para construção de sondas, plataformas, toda a cadeia. Não podemos deixar tudo para a última hora e isso vai exigir muito dinheiro. Esse problema do BNDES ainda não chegou aqui, mas posso garantir que não faltará dinheiro para o pré-sal.
.
Valor: O governo pensa numa política industrial para o pré-sal, voltada para as grandes empresas nacionais. Fala-se em ter empresas "campeãs nacionais". Isso vai renovar o parque industrial e as lideranças empresariais do país?
Lula: Certamente aumentará muito o setor empresarial brasileiro. Precisamos aproveitar o pré-sal e criar, também, um grande polo petroquímico. Não podemos ficar no sexto, sétimo lugar nesse setor. Pedi para o Luciano Coutinho (presidente do BNDES) coordenar um grupo de trabalho para que a gente possa anunciar em breve um plano de fomento à indústria petroquímicano Brasil. E pedi para os empresários brasileiros se prepararem para coisas maiores. Vamos precisar de mais estaleiros, diques secos, e isso tem que começar agora para estar pronto em três a quatro anos. Sobretudo, temos que convencer os empresários estrangeiros a investir no Brasil, construindo parcerias.
.
Valor: É por essa razão que o senhor está irritado com a Vale?
Lula: Não estou irritado com a Vale. Tenho cobrado sistematicamente da Vale a construção de usinas siderúrgicas no país. Todo mundo sabe o que a Vale representa para o Brasil. É uma empresa excepcional, mas não pode se dar aoluxo de exportar apenas minério de ferro. Os chineses já estão produzindo 535 milhões de toneladas de aço e nós continuamos com 35 milhões detoneladas. Daqui a pouco vamos ter que importar aço da China. Isso não faz nenhum sentido. Quando a gente vende minério de ferro, custa um tiquinho.
.
Valor: E não paga imposto porque o produto não é industrializado.
Lula: Não paga imposto. Tudo isso eu tenho discutido muito com a Vale porque eu a respeito. Quando ela contrata navios de 400 mil toneladas na China, é de se perguntar: ´e o esforço imenso que estou fazendo para recuperar aindústria naval brasileira?´
.
Valor: Mas a Vale não é uma empresa privada?
Lula: Pode ser privada ou pública. O interesse do país está em primeiro lugar. As empresas privadas têm tantas obrigações com o país como eu tenho. Não é porque sou presidente que só eu tenho responsabilidade. Se quisermos construir uma indústria competitiva no mundo, vamos ter que fortalecer opaís.
.
Valor: Os custos não são importantes?
Lula: Os empresários têm tanta obrigação de ser brasileiros e nacionalistas quanto eu! Estou fazendo uma discussão com a Vale, já fiz com outras empresas, porque quando queremos importar aço da China, os empresários brasileiros não querem. Mas quando eles aumentam seus preços, eu sou obrigado a reduzir a alíquota (de importação) para poder equilibrar. Eu sei a importância das empresas brasileiras, ninguém mais do que eu brigou neste país para elas virarem multinacionais. Porque, cada vez que uma empresa se torna uma multinacional, ela é uma bandeira do país fincada em outro país.
.
Valor: As empresas não importam porque lá fora é mais barato e tecnologicamente mais avançado?
Lula: Não sei se tecnologicamente é mais avançado. Pode ser mais barato. Quando começamos a discutir com a Petrobras a construção de plataformas, ela falava ´nós economizamos não sei quantos milhões´. Eu falava ´tudo bem, e os desempregados brasileiros? E o avanço tecnológico do país? E a possibilidade de fazemos plataformas aqui e exportar?´ Em vez de apenas importar, vamos convencer as empresas de fora que nós temos demanda e que elas venham construir no Brasil. Não estamos pedindo favor. Talvez o Brasil seja, daqui para a frente, o país a consumir mais implementos para a construção de sondas e plataformas.
.
Valor: O governo pensa em reduzir os custos de produção no Brasil?
Lula: Temos, no momento, uma crise econômica em que o custo financeiro subiu no mundo inteiro. Desde que entrei, e considerando a extinção da CPMF, foram mais de R$ 100 bilhões em desonerações. Eu já mandei duas reformas tributárias ao Congresso. As duas tiveram a concordância dos 27 governadores e dos empresários. Mas as propostas chegam no Senado e, como diria o Jânio Quadros, tem o ´inimigo oculto´ que não deixa que sejam aprovadas.
.
Valor: Como o senhor vê o papel do Estado pós crise?
Lula: O Estado não pode ser o gerenciador, o administrador. O Estado tem que ter apenas o papel de indutor e fiscalizador. Então, (o Estado) leva uma refinaria para o Ceará, um estaleiro para Pernambuco. Se dependesse da Petrobras, ela não gostaria de fazer refinarias.
.
Valor: Por que há ociosidade?
Lula: Na lógica da Petrobras, as suas refinarias já atendem a demanda. Há 20 anos a empresa não fazia uma nova refinaria. Agora, o que significa uma nova refinaria num Estado? A primeira coisa que vai ter é um polo petroquímico para aquela região. Este é o papel do governo. O governo não pode se omitir. A fragilidade dos governantes, hoje, é que eles acreditaram nos últimos dez anos que os mercados resolviam os problemas. E agora, quando chegou a crise, todos perceberam que, se os Estados não fizessem o que fizeram, a crise seria mais profunda. Se o Bush (George, ex-presidente dos Estados Unidos) tivesse a dimensão da crise e tivesse colocado US$ 60 bilhões no Lehman Brothers antes de ele quebrar, possivelmente não teríamos a crise de crédito que tivemos. Então, a Vale entra nessa minha lógica.
.
Valor: Depois da conversa com o senhor, a Vale vai construir as siderúrgicas?
Lula: Ela precisa agregar valor às suas exportações. Se ela exportar uma tonelada de bauxita, vai receber entre US$ 30 e US$ 50. Se for um tonelada de alumínio pronto, vai vender por US$ 3 mil. Além disso, vai gerar emprego aqui, vai ter que construir hidrelétrica para ter energia. Não pode ter só o interesse imediato pelo lucro porque a matéria prima um dia acaba e, antes de acabar, temos que ganhar dinheiro com isso. A Vale entende isso.
.
Valor: Então ela se comprometeu?
Lula: Basta ver a propaganda dela nos jornais. Faz três anos que venho conversando com a Vale. O Estado do Pará reclama o tempo inteiro, Minas Gerais e o Espírito Santo também. A siderúrgica do Ceará não foi proposta por mim. Foi proposta em 1992. Há condições de fazer? Há. Há mercado? Há. Temos tecnologia? Temos. Então, vamos fazer.
.
Valor: Entre reduzir a carga tributária, desonerando a folha de pagamentos das empresas, e aumentar o salário do funcionalismo, o senhor ficou com a segunda opção. Por quê?
Lula: Primeiro porque a desoneração é baseada no nervosismo econômico, no aperto de determinado segmento. O Estado tem que ter força. No Brasil, durante os anos 80, se criou a idéia de Estado mínimo. O Estado mínimo não vale para nada. O Estado tem que ter força para fazer as políticas que fizemos agora, na crise, com a compreensão do Congresso. Não pense que foi fácil tomar a decisão de fazer o Banco do Brasil (BB) comprar a Nossa Caixa em São Paulo.
.
Valor: Por quê?
Lula: As pessoas diziam: ´Ah, o presidente vai dar dinheiro ao Serra e o Serra é candidato´. Mas não dei dinheiro para o Serra. Comprei um banco que tinha caixa e para permitir que o BB tivesse mais capacidade de alavancar o crédito. Quando fui comprar (via BB) 50% do Banco Votorantim, tive que me lixar para a especulação. Nós precisávamos financiar o mercado de carro usado e o Banco do Brasil não tinha ´expertise´. Então, compramos 50% do Votorantim, que tem uma carteira de carro usado de R$ 90 bilhões. Vocês têm dimensão do que foi ter uma Caixa Econômica Federal, um BNDES ou um BB na crise? Foi extremamente importante. A Petrobras apresentou estudo mostrando que deveria adiar o cronograma dos investimentos dela de 2013 para 2017.
.
Valor: Durante a crise?
Lula: É. Convoquei o Conselho da Petrobras para dizer: ´Olha, este é ummomento em que não se pode recuar´. Até no futebol a gente aprende que, quando se está ganhando de 1 x 0 e recua, a gente se ferra.
.
Valor: E funcionou?
Lula: Quem sustentou essa crise foi o governo e o povo pobre, porque alguns setores empresariais brasileiros pisaram no breque de forma desnecessária. Aquele famoso cavalo de pau que o (Antonio) Palocci (ex-ministro da Fazenda) dizia que a gente não podia dar na economia, alguns setores empresariais deram por puro medo, incerteza. Essas coisas nós conversamos muito com os empresários, no comitê acompanhamento da crise. Agora não vai ter mais comitê de crise, mas sim de produção, investimento e inovação tecnológica. Estou otimista porque este é o momento do Brasil.
.
Valor: Por exemplo?
Lula: As pessoas estão compreendendo que fazer com que o pobre seja menos pobre é bom para a economia. Ele vira consumidor. Eles vão para o shopping e compram coisas que até pouco tempo só a classe média tinha acesso. Os empresários brasileiros precisam se modernizar.
.
Valor: A política de valorização do funcionalismo dificilmente poderá ser mantida por seu sucessor e nenhum dos candidatos tem ascendência sobre omovimento sindical que o senhor tem. Não é uma bomba relógio que o senhor deixa armada para o próximo governo?
Lula: Vocês acham que o Estado brasileiro paga bem?
.
Valor: O senhor acha que ainda ganha mal?
Lula: Você tem que medir o valor de determinadas funções no mercado e dentro do governo. Sempre achei que o pessoal da Petrobras ganhava muito. O Rodolfo Landim, quando era presidente da BR, há uns quatro anos, ganhava R$ 26 mil. Ele entrou na minha sala e disse: ´Presidente, tive convite de um empresário, estou de coração partido, mas não posso perder a oportunidade da minha vida´. Então, ele deixa de ganhar R$ 26 mil por mês e vai ganhar R$200 mil com dois anos de pagamento adiantado. Quanto vale um bom funcionário da Receita Federal, do Banco Central, no mercado? O que garante as pessoas ficarem no Estado é a estabilidade, não o salário.
.
Valor: Mas essa política de valorização salarial do funcionalismo ésustentável?
Lula: Como é que a gente vai deixar de contratar professores? Vou passar à história como o presidente que mais fez universidades neste país. Ontem, completamos a 11ª (das quais, duas foram iniciativa do governo anterior). Ganhamos do Juscelino Kubitschek, que fez dez. Teve governo que não fez nenhuma. E ainda há três no Congresso para serem aprovadas.
.
Valor: O senhor considera que o Estado hoje está arrumado?
Lula: A gente não deveria ficar preocupado em saber quanto o Estado gasta. Deveria ficar preocupado em saber se o Estado está cumprindo com suas funções de bem tratar a população. E ainda falta muito para chegar à perfeição.
.
Valor: O senhor foi vítima em 2002 do chamado "risco Lula". Hoje, já há quem fale em "risco Serra". Existe mais risco para o país com o Serra do que coma Dilma?
Lula: Nunca ouvi falar de ´risco Serra´ (risos). Posso falar de cátedra. Sofri com o ´risco Lula´ desde 1989. Em 1994, eu tinha 43% nas pesquisas em março e o que eles fizeram? Diminuíram o mandato para quatro anos e proibiram mostrar imagem externa no programa eleitoral. As pessoas pensam que esqueci isso. Quando chegaram as eleições para a prefeitura (em 1996), revogou-se a lei e todo mundo pôde mostrar imagens externas. Quando eles ganharam, aprovaram a reeleição. Então, essa coisa de ´risco Lula´ eu conheço bem.
.
Valor: É possível voltar a acorrer?
Lula: Espero que minha vitória e meu governo sirvam de lição para essas pessoas que ficam dizendo: ´o Lula era risco, agora o Serra é risco, a Dilma é risco, a Marina é risco, o Aécio é risco´. É uma cretinice política! Porque é tão sério governar um país da magnitude do Brasil que ninguém que entre aqui vai se meter a fazer bobagem. Quem fez bobagem não ficou. Todo mundo sabe da minha afinidade com os trabalhadores, da minha preferência pelos mais pobres. Entretanto, sou governante dos ricos também. E tenho certeza de que eles estão muito satisfeitos porque ganharam muito dinheiro no meu governo. Mais do que no governo ´deles´. Como pode um companheiro como a Dilma, o Serra, a Marina, todos que têm história, ficar sujeito a essa história de risco? E sabe por que não tem risco? Porque, se depois fizer bobagem, paga. Você pode ter visão diferente sobre as coisas, isso é normal. E agora mais ainda porque quem vier depois de mim.
.
Valor: Por quê?
Lula: Porque há um outro paradigma. Em cem anos a elite brasileira fez 140 escolas técnicas. Como é que esse torneiro mecânico faz 114? Estamos criando um paradigma. Fui ao Rio Maranguapinho (no Ceará) um dia desses. Estamos colocando lá R$ 390 milhões para fazer saneamento básico. Em Roraima são R$496 milhões para fazer saneamento e dragagem. Você sabe quanto o Brasil inteiro gastou em 2002 em saneamento?
.
Valor: Quanto?
Lula: R$ 262 milhões. Então, estamos colocando num bairro de Fortaleza o que foi colocado no Brasil inteiro naquele ano.
.
Valor: O senhor diria que pelo menos nos três fundamentos básicos da economia - superávit primário, câmbio flutuante e regime de metas - ninguém vai mexer porque foram testados na crise?
Lula: Para mim, inflação controlada é condição básica para o resto dar certo. Porque na hora que a inflação começar a crescer, os trabalhadores vão querer muito mais reajuste, os empresários também e a coisa desanda. Então, é manter a inflação controlada, a economia crescendo, permitir o crescimento do crédito. O Banco do Brasil sozinho hoje talvez tenha todo o crédito que o Brasil tinha em 2003.
.
Valor: Isso é bom ou ruim? Entre os anos 80 e 90, houve péssima gestão nos bancos estaduais, que acabaram quebrando...
Lula: Mas aí a culpa não é do banco. É irresponsabilidade da classe política. Os governantes transformaram os bancos públicos em caixa 2 de campanha. Emprestar dinheiro para amigo? Isso acabou. Não acho que ninguém que entre aqui vai ser bobo de mexer na estabilidade econômica e permitir que volte a inflação. Porque, se isso acontecer, o mandato é de apenas quatro anos.
.
Valor: A capacidade administrativa da ministra Dilma Rousseff, apesar do seu pouco carisma, e a confiança que o senhor tem em seu trabalho são suficientes para fazer dela uma candidata?
Lula: Quantos políticos têm carisma no Brasil? Se dependesse de carisma, Fernando Henrique Cardoso não teria sido presidente. Se dependesse de carisma, José Serra não poderia nem ser candidato. Carisma é uma coisa inata. Você pode aperfeiçoar ou não. Sempre é bom ter um pouco de carisma. O Jânio Quadros tinha carisma. Ficou só seis meses aqui. Estou dizendo que para governar este país é preciso um conjunto de qualidades. E a primeira qualidade é ganhar eleição. Tem que ter muita humildade, determinação do projeto que vai apresentar. Tem que provar que é capaz de gerenciar. Hoje, com sete anos de convivência, não conheço ninguém que tenha essa capacidade gerencial da Dilma. Às vezes as pessoas falam ´ela é dura´. Mas é que a mulher tem que ser mais dura mesmo.
.
Valor: Por quê?
Lula: Porque numa discussão política, para você se impor no meio de 30 ou 40 homens, é assim. A Dilma é muito competente. Feliz do país que vai ter uma disputa que pode ter Dilma, Serra, Marina, Heloísa Helena, Aécio. Houve no país um avanço qualitativo nas disputas eleitorais. O Fernando Henrique e eu já fomos um avanço extraordinário. Fico olhando e vejo que não tem um único candidato de direita. Isto é uma conquista extraordinária de um Brasil exuberante. É evidente que Serra tem discordância da Dilma e vice-versa, mas ninguém pode acusar um e outro de que não são democratas e não lutaram por este país.
.
Valor: Qual é a diferença entre eles?
Lula: Vai ter. Se for para fazer (um governo) igual não tem disputa. E, aí, o povo vai escolher por beleza... Não sei se serão só os dois. Mas são candidatos de qualidade.
.
Valor: Privatizar ou não privatizar pode ser a diferença?
Lula: Não.
.
Valor: Por que o senhor é contra a privatização?
Lula: Tudo aquilo que não é de interesse estratégico para o país pode ser privatizado. Agora, tudo o que é estratégico, o Estado pode fazer como fez com a Petrobras e o Banco do Brasil.
.
Valor: A Infraero é estratégica?
Lula: O Guido (Mantega, ministro da Fazenda) foi determinado a fazer um estudo sobre a Infraero, para ver se ela vira uma empresa de economia mista. O que nos interessa é que as coisas funcionem corretamente. Pedi ao Jobim (Nelson, ministro da Defesa) estudar o processo de concessão de um ou outro aeroporto para gente poder ter um termômetro, medir a qualidade de funcionamento. O que é estratégico no aeroporto é o controle do espaço aéreoe não ficar pegando passaporte de passageiros.
.
Valor: O senhor, então, não é contra a privatização por princípio?
Lula: Eu sou muito prático. Entre o meu princípio e o bom serviço prestado àpopulação, fico com o bom serviço.
.
Valor: Quando o senhor falou dos candidatos, não mencionou Ciro Gomes.
Lula: O Ciro é um extraordinário candidato. De qualquer forma o PSB tem autonomia para lançar o Ciro candidato.
.
Valor: O senhor é o presidente mais popular da história do Brasil. No entanto, este Congresso é um dos mais desmoralizados. Por que o PT fracassou na condução do Congresso?
Lula: Você há de convir que a democracia no Brasil funciona com muito mais dinamismo que em qualquer outro lugar do mundo. O PT elegeu 81 deputados em 513 e 12 senadores em 81. A gente precisa dançar mais flamenco do que em qualquer país do mundo. Você vai ter que ter mais jogo de cintura. Exercitar a democracia é convencer as pessoas, é sempre mais difícil.
.
Valor: Por quê?
Lula: O Congresso é a única instituição julgada coletivamente. Se não teve sessão você fala: ´Deputado vagabundo que não trabalha´. Agora, nunca cita os que estiveram lá, de plantão, o tempo inteiro. Quando era constituinte, eu ficava doido porque ficava trabalhando até as duas, três horas da manhã. O Ulysses (Guimarães) ficava uma semana sem votar. Quando ele começava a votar, aquilo varava a noite. No dia seguinte, pegava o jornal, que dizia´sessão não deu quórum porque os deputados não foram trabalhar´. Mas havia lá 200 em pé. Toda vez que vou a debates com estudantes, em inauguração de escolas, eu falo isso: ´Se vocês não gostam de política, acham que todo político é ladrão, que não presta, não renunciem à política. Entrem vocês na política porque, quem sabe, o perfeito que vocês querem está dentro de vocês´.
.
Valor: O senhor disse que o Brasil deve comemorar o fato de não ter candidatos de direita na eleição presidencial. Por que depois de tantas tentativas de aproximar PT e PSDB, isso não deu certo?
Lula: Porque na verdade nós somos os principais adversários.
.
Valor: Em São Paulo?
Lula: Em São Paulo e em outros lugares. Há uma disputa.
.
Valor: A aliança PT-PSDB é impossível?
Lula: Acho que agora é impossível.
.
Valor: Como o senhor avalia sua relação com a oposição, sobretudo no momento em que se discute o marco regulatório do pré-sal?
Lula: Essa oposição teve menos canal com o governo. Certamente o DEM e oPSDB pouco tiveram o que construir com o governo. Possivelmente quando eles eram governo, o PT também construiu poucas possibilidades. O projeto do pré-sal, tal como ele foi mandado, não é uma coisa minha. O trabalho que fizemos foi, sem falsa modéstia, digno de respeito, tanto é que o Serra concorda com o modelo. O Congresso tem liberdade para mudar.
.
Valor: A oposição diz que o governo pediu urgência para usar o projeto deforma eleitoreira. A urgência era exatamente por quê?
Lula: Porque precisamos aprovar o mais rápido possível para dizer ao mundo o que está aprovado e começar a trabalhar. Acho engraçado a oposição dizer isso. A oposição votou em seis meses cinco emendas constitucionais no governo Fernando Henrique Cardoso.
.
Valor: O senhor volta com o pedido de urgência, se for o caso?
Lula: Depende. Atendi ao pedido do presidente da Câmara, Michel Temer. Vamos votar no dia 10 de novembro. Isso me garante. Termino o mandato daqui a um ano. Serei ex-presidente, nem vento bate nas costas. Não é para mim que estou fazendo o pré-sal. O pré-sal é para o país.
.
.
Valor: O que o senhor pretende fazer depois que deixar o governo?
Lula: Não sei. A única coisa que tenho convicção é que não vou importunar quem for eleito.
.
Valor: Todo mundo tem medo que o senhor volte em 2014...
Lula: Medo? Acho que deveria ter alegria, se eu voltasse. Na política agente tem de ter sempre o bom senso. Vamos supor que a Dilma seja eleita presidente da República...
.
Valor: E se ela perder a eleição? O senhor vai se sentir pressionado pelo PT a disputar em 2014?
Lula: Vou trabalhar para o povo votar favoravelmente, mas, se votar contra, vou ter o mesmo respeito que tenho pelo povo. Se ela for eleita, tem todo o direito de chegar a 2014 e falar ´eu quero a reeleição´.
.
Valor: E se ela não for eleita?
Lula: Não trabalho com essa hipótese, mas obviamente que, se não acontecer o que eu penso que deve acontecer, a história política pode ter outro rumo.
.
Valor: Parece que está consolidada a percepção de que o país terá câmbio apreciado por um bom tempo. O senhor teme uma desindustrialização?
Lula: O nosso objetivo é industrializar o máximo possível. O Palocci disse uma frase que é simples e antológica: ´o problema do câmbio flutuante é que ele flutua´. Obviamente que nós já estamos discutindo isso. Trabalhamos com a hipótese de que vai entrar muito dólar no Brasil. Precisamos trabalhar isso com carinho. Em contrapartida, também estamos avançando na questão de fazer trocas comerciais nas moedas dos países. Não preciso do dólar para fazer comércio com a China, a Índia, a Rússia. Podemos fazer comércio com nossas moedas e com as garantias dos bancos centrais. Esta é uma coisa nova que já começamos a discutir. Na última reunião dos Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), foi constituído um grupo de trabalho para pensar sobre isso. Não é possível você tratar da economia com teoricismo, de que você acha que hoje pode tomar uma decisão para evitar que alguma coisa aconteça daqui a dez anos. Esta crise econômica mundial mostrou isso. Hoje é unanimidade mundial que o Brasil é o país mais preparado para enfrentar isso. Nunca tivemos nenhum plano econômico. Cada vez que tinha uma crise vinha um e apresentava um plano. Quebrava. Os bancos hoje estão sendo processados no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma dívida de mais de R$150 bilhões, por causa dos planos Bresser e Verão.
.
Valor: Os bancos pediram ajuda ao governo?
Lula: Não é que o governo vai ajudar. O governo é o responsável. O governo fez a lei. Eles cumpriram a lei. Se eles perderem no STF, sabe o que vai acontecer?
.
Valor: A conta vai para o Tesouro.
Lula: Eles vão acionar a União. Obviamente que é isso. E quem fez os planos está dando palpites nas economias. Este é o dado. Também peço a Deus que eu não deixe nenhum esqueleto para meus sucessores. Por isso, estou mais tranquilo para tomar as decisões, mais meticuloso, para fazer as coisas. Eu fico imaginado, quando eu não estiver mais aqui dentro, o que é que um ex-presidente pode esperar do país. Que um venha e faça mais do que ele. Porque isso é o que vai fazer o país ir para a frente. Somente uma figura medíocre é capaz de torcer para o cara não dar certo. Porque, quando não dá certo, eu não vi nenhum político ter prejuízo. Ele pode perder a eleição, mas não tem prejuízo. Agora, o povo pobre é que paga a conta, se a política não der certo.
.
Valor: Qual vai ser o discurso da sua candidata?
Lula: Vamos deixar a candidata construir. Mas eu acho o seguinte: o que eram as campanhas passadas? Quem vai controlar a inflação, o salário mínimo deUS$ 100, não era isso? Isso acabou. Não se fala mais em FMI, não se fala mais em salário mínimo de US$ 100, não se fala mais em inflação.
.
Valor: Mas no FMI o senhor vai falar?
Lula: Vou falar porque agora somos credores do FMI.
.
Valor: A França se tornou nosso parceiro prioritário em detrimento dos EUA?
Lula: Não sei porque não pensaram nisso antes. A França é o único país europeu que faz fronteira com o Brasil. São 700 quilômetros de fronteira. Isso é uma vantagem comparativa da relação com a França. Nós sempre teremos uma excelente relação com o EUA. Sempre teremos uma belíssima relação com a Europa. Mas isso não atrapalha que nós tenhamos relações bilaterais estratégicas com outros países. Acho que os Estados Unidos precisam ter um olhar para a América Latina mais produtivo, mais desenvolvimentista.
.
Valor: O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, vai sair para se candidatar ao governo de Goiás?
Lula: Sinceramente, o Meirelles não devia pensar em ser candidato a governador, coisa nenhuma. É que esse negócio (fazer política) tem um comichão...