domingo, 15 de maio de 2011

NEGRAS VERDADES!

Criatura do sol, do arco-íris,
Somatório das cores que há na Terra;
Infinita grandeza em mim se encerra.
Sou da África, porém estou no Mundo.

Sou raça negra,
                        Sou raça forte...             (Refrão)
Não temo a vida,
Nem temo a morte!

Muitas guerras travei e as venci;
Não há grilhões que me façam prisioneiro.
Sou pacífico, porém sei ser guerreiro,
Quando roubam a minha liberdade.

(Refrão)

Minha consciência negra é exultante,
O orgulho de ser negro é bem mais forte
E essa condição não é mera sorte,
É conquista que eu faço a cada instante.

(Refrão)

Há quilombos por todo o Universo.
Há Zumbis circulando por aí.
Outros tantos ainda vão surgir
Das senzalas, dos guetos, de Soweto.

(Refrão)

Para cada Apartheid há um Desmond Tutu,
Não adianta Ku Klux Klan, há Luther King.
Nesta raça, nem mesmo a morte extingue
A busca pela vida plenamente.

(Refrão)

Sou tambor, capoeira, caruru,
Afoxé, terecô, sou de Palmares.
Sou senhor das montanhas e dos mares,
Protegido de Iansã, filho de Ogum.

                                                                              Raimundo Uchôa

sábado, 14 de maio de 2011

Desafiando o Racismo após 123 anos de uma falsa abolição


Por: Noelma Sandra

13 de maio, dia da denúncia contra ao Racismo: Denuncie!

 Quebrar o silêncio significa romper com esses conceitos elitistas e desumanos, bem como com as mazelas sociais que afligem a população negra por meio do desemprego, do subemprego, da falta de moradia, dos péssimos serviços de saúde e educação, da falta de oportunidades e do preconceito e discriminação racial em todos os níveis.

  Após 123 anos de uma abolição que não passou de um ato jurídico sem efeito prático, o povo negro brasileiro busca os caminhos para o enfrentamento da absurda desigualdade existente no país.

 Com a implantação da escravidão no Brasil a legislação não permitia que os negros freqüentassem as escolas. O saber sempre foi uma alavanca de ascensão social, econômica e política de um povo. Uma lei complementar à Constituição de 1824 permite aos racistas do Brasil encurralar a população negra nos porões da sociedade.

  Sem perspectiva nenhuma de vida livre e digna os ex-escravos após a assinatura da lei Áurea permaneciam nas fazendas, substituindo os escravos.

  A Lei do Ventre Livre de 1871, que ensinada até hoje nas escolas como prerrogativa importante para assinatura da Lei Áurea, dizia que: Toda criança que nascesse a partir daquela data nasceria livre.

 Esta lei separava as crianças de seus pais, desestruturando a família negra. O governo abriu uma casa para acolher estas crianças. De cada 100 que lá entravam, 80 morriam antes de completar 1 ano de idade.

   Foi inventada com o objetivo de tirar a obrigação dos senhores de fazendas de criar nossas crianças negras, pois, já com 12 anos de idade, poderiam sair para os quilombos à procura da liberdade negada nas senzalas. Com a determinação, surgiram os primeiros menores abandonados do Brasil.

  A juventude negra é o maior alvo da violência policial, da vulnerabilidade  social, inacessibilidade ao primeiro emprego, ao ensino superior e aos serviços públicos.

  O racismo é uma chaga absurda e toda sociedade precisa ter a consciência de que só a denúncia e sua devida punição pode encerrar esse elemento histórico do Brasil.

 Mulheres Negras sofrem dupla discriminação, revela estudo do IPEA, apesar da redução da diferença de rendimentos entre homens e mulheres, negros e brancos, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, Pnad 2007, analisados no estudo "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça", mostram que as mulheres negras ainda sofrem uma dupla discriminação, que resulta em menores salários.

  Ainda, de acordo com o estudo, a diferença nos rendimentos é conseqüência das desigualdades educacionais, da segregação de mulheres e negros em postos de trabalho e da própria discriminação.

  Dia 13 de maio é o dia de lembrarmos que o dia a dia do povo negro é de luta,  por reparações históricas para a população negra brasileira, manutenção das cotas para negros nas Universidades, punição para os deputados Jair Bolsonaro e Marco Feliciano por quebra de decoro e crime de racismo, fim dos fóruns privilegiados para autoridades e policiais, fim do registro de resistência seguida de morte ou ato de resistência que, segundo as entidades, camuflam execuções sumárias, reforma agrária para romper definitivamente com o latifúndio.

  Precisamos intensificar as lutas e conscientizar as massas.