sexta-feira, 31 de julho de 2009

Comentário sobre o Manifesto Comunista

Dentre muitas das passagens no texto do "Manifesto Comunista" esta chama bastante atenção: “As classes médias — pequenos comerciantes, pequenos fabricantes, artesãos, camponeses — combatem a burguês — porque esta compromete sua existência como classes médias. Não são, pois, revolucionárias, mas conservadoras; mais ainda, reacionárias, pois pretendem fazer girar para trás a roda da História. Quando são revolucionárias é em conseqüência de sua iminente passagem para o proletariado; não defendem então seus interesses atuais, mas seus interesses futuros; abandonam seu próprio ponto de vista para se colocar no do proletariado.” Pois é importantíssimo que a consideremos principalmente devido a sua coerência com os dias atuais e com a história de nosso país, no entanto há de se argüir sobre outras passagens, como: “Essa organização dos proletários em classe e, portanto, em partido político é incessantemente abalada pela competição entre os próprios trabalhadores”, exprime bem o que temos nos dias atuais, divisões internas nas centrais sindicais e federações, que em grandes partes das vezes visam apenas a interesses de partidos políticos com o único objetivo de manipular a massa trabalhadora. Outras vezes quando surgem e se destacam novos líderes sindicais, estes são cooptados pelo “sistema” vindo a se tornarem membros dos partidos que usam da argumentação de que ao se tornarem deputados, senadores, presidentes, enfim, políticos de profissão poderão trabalhar em prol dos seus e da massa trabalhadora. Infelizmente na grande maioria das vezes o que acontece é que passam a constar nas estatísticas como mais um dos chamados “políticos corruptos”, que trabalham em prol de si e de uma minoria elitizada, com certeza a que o cooptou. Continua ainda no texto que “A própria burguesia, portanto, fornece ao proletariado os elementos de sua politização, em outras palavras, as armas contra ela própria.” Acontece que quando o proletariado se conscientiza e toma o “poder” acaba por se tornar classe dominante e tende a recair sobre os mesmos erros cometidos pela burguesia que antes detinha os meios.
Wesley Marques

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