segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Marx e a crítica ao modo de produção e à sociedade capitalista

Helder Molina
profesorheldermolina@gmail.com

As bases do pensamento de Marx:
...As 3 fontes: Filosofia, política e economia...
n:: Filosofia alemã  
(Hegel, Bauer e Feuerbach...) 
:: 
Socialismo utópico francês e anarquismo (
Saint Simon, Owen, Fourrier, Proudhon...) 
:: 
Economia política clássica inglesa 
(Adam Smith, David Ricardo...)

A interpretação dialética:
n:: Analisa a história como um movimento ;
n:: Movimento conseqüente das próprias ações dos homens ;
n:: Reflexão crítica sobre a realidade ;
n:: Somente a dialética consegue apreender os movimentos do real ;
n:: Papel central do pensamento na apreensão do real ;
n:: O pensamento está inserido no próprio real.

A infra-estrutura como base da sociedade:
n:: Todo o sistema de pensamento de Marx é erigido a partir do modo de produção capitalista ;
n:: A anatomia da sociedade deve ser procurada na análise das relações de produção.

O modo de produção capitalista:
n:: É composto pelos meios de produção e as relações de produção ;
n:: Meios de produção: Maquinas, ferramentas, tecnologia, força de trabalho ;
n:: Relações de produção: Somente por meio delas se realiza a produção. Elas variarão de acordo com os meios de produção. São as próprias relações e organizações entre os homens ;
n:: É apenas no intercambio entre relações de produção e forças produtivas que se transformam em capital, somente por meio do trabalho tal relação é concretizada ;
n:: As relações de produção condicionam as relações sociais ;
n:: O capital é também uma relação social de produção. Relação de produção da sociedade burguesa .

O capital como relação social de produção
:: O capital não se constitui somente como meio de subsistência, de instrumento de trabalho e de matéria prima;
n:: Forma o chamado valor de troca, em que todos os produtos de que ele se constitui são mercadorias.

A mercadoria
:: Unidade básica do MPC, pela qual se erige o sistema capitalista;
n:: Valor de Uso: Utilidade da mercadoria (Qualitativo) ;
n:: Valor de Troca: Pode ser trocada por uma porção de outra mercadoria (Quantitativo);
n:: Todas as mercadorias são produto da cristalização do trabalho humano e que o valor de troca é proporcional a quantidade de trabalho humano investido em cada uma dessas mercadorias.

A troca
:: É a própria troca entre mercadorias; assim o valor de uma mercadoria se exprime em uma mercadoria diferente;
n:: O dinheiro para Marx é como uma outra mercadoria qualquer. O dinheiro é visto como o equivalente universal de troca.

O segredo da mercadoria
:: Os homens em sociedade (capitalista) têm relações humanas em vista da produção das mercadorias, mas seus trabalhos organizados adquirem a forma de uma relação social dos produtos do trabalho;
n
:: 
Isso significa que produzem mercadorias e só se comunicam entre si por intermédio dos produtos do trabalho, ou seja, por intermédio das mercadorias ;
n
:: 
Expressão da supremacia do Valor de Troca sobre o Valor de Uso. É a mercantilização de todas as relações sociais.

A exploração capitalista sobre o trabalhador
:: Mais Valia: é a quantidade de trabalho não paga ao trabalhador;
n
:: 
Duas formas de extração da mais-valia ;
n
:: 
Absoluta: Aumento da jornada de trabalho ;
n
:: 
Relativa: Aumento da intensidade do trabalho. Que pode se dar pelo incremento de tecnologia na produção, aumentando a produtividade da produção;
n
:: 
O valor da força de trabalho e a mais-valia variam em direções opostas ;
n
:: 
É só por meio da exploração da força de trabalho que o Capital consegue reproduzir seu ciclo: M-T-M’ e D-M-D’ ;
n
:: 
Somente o trabalho humano gera valor, por isso a necessidade do capitalismo explorar o trabalho .

Duas características do MPC
1) A mercadoria constitui o caráter dominante e determinante dos seus produtos. Assim os agentes deste modo de produção (burgueses e proletários) são vistos como encarnações do capital e do trabalho assalariado. (trabalho concreto e trabalho abstrato);
n2) Produção da mais-valia: finalidade direta e o móvel determinante da produção.

As contradições do Modo de Produção Capitalista - MPC
:: As duas características do MPC não podem ser compreendidas por si só, mas como produtos das relações de produção que produzem o capitalismo. Assim entre o operário e o capitalista existe uma contradição, que é produzida desde o princípio de suas relações;
n
:: 
A contradição inicia-se logo no início do sistema capitalista, quando produtor e meios de produção são separados . A própria apropriação desigual do trabalho está na base desta contradição. O resultado do trabalho alienado não pertence ao trabalhador.

As contradições do MPC
:: A burguesia cria, sem parar, meios de produção mais poderosos. Mas as relações de produção permanecem inalteradas;
n
:: 
O regime capitalista é capaz de produzir cada vez mais mercadorias, porém a miséria permanece para a maioria;
n
:: 
Os meios de produção capitalistas se transformam incessantemente, sua base é revolucionária, ao passo que os modos de produção anteriores eram essencialmente conservadores . Essa constante revolução se da às custas dos operários: pois o trabalho se torna parcelar; o próprio trabalhador não reconhece o produto do seu trabalho;
n
:: 
Uma massa de trabalhadores é despejada no chamado exército de reserva industrial, pois o próprio sistema capitalista necessita deste exército para manter os salários a um nível baixo.

A resolução das contradições do MPC
:: Para Marx os antagonismos do MPC desembocam na revolução proletária;
n
:: 
Essa revolução será resultado das próprias ações dos capitalistas, que produzirão os meios de sua destruição e seus próprios coveiros (o proletariado).

As classes sociais
nDuas classes fundamentais para entender o capitalismo :
n
:: 
Burguesia: detentora dos meios de produção;
n
:: 
Proletariado: Vendedor de sua própria força de trabalho .

O conflito da produção expresso na Superestrutura
:: O antagonismo entre burguesia e proletariado se expressa também na superestrutura. É o que Marx chama de Luta de Classes, que para além da dimensão de luta econômica existe também a luta política.

O Estado na análise de Marx
:: A luta de classes seria mera ilustração sem a análise do Estado capitalista. O Estado precisa ser compreendido como uma colossal superestrutura e o poder organizado de uma classe social em seu relacionamento com as outras.

Estado e Sociedade
:: O Estado não está descolado da sociedade;
n
:: 
O Estado é produto das contradições inerentes à própria sociedade ;
n
:: 
O Estado é a expressão essencial das relações de produção específicas do capitalismo ;
n
:: 
O monopólio do aparelho estatal, diretamente ou por meio de grupos interpostos, é a condição básica do exercício da dominação ;
n
:: 
O poder político é na verdade o poder organizado de uma classe para a opressão das outras .

Infra-estrutura e superestrutura
:: Infra-estrutura;
n:: Meios de produção ;
n:: Relações de produção ;
n:: Produção de mercadorias ;
:: Estado;
n:: Direito ;
n:: Justiça ;
n:: Religião ;
n:: Ideologias.

Infra-estrutura e superestrutura: Existência e Consciência
:: É a infra-estrutura que condiciona o modo de vida dos homens;
n
:: 
O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual. Não é a consciência dos homens que determina a realidade; ao contrário, é a realidade social que determina sua consciência.

As análises de Marx para entender a contemporaneidade
:: Mercantilização de todas as relações humanas;
n
:: 
A política também se torna mercantilizada ;
n
:: 
A ciência como trabalho morto é utilizada cada vez mais para explorar o trabalhador;
n
:: 
A globalização (ou a mundialização) do capital foi um fenômeno previsto por Marx em suas análises.

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