sábado, 14 de maio de 2011

Desafiando o Racismo após 123 anos de uma falsa abolição


Por: Noelma Sandra

13 de maio, dia da denúncia contra ao Racismo: Denuncie!

 Quebrar o silêncio significa romper com esses conceitos elitistas e desumanos, bem como com as mazelas sociais que afligem a população negra por meio do desemprego, do subemprego, da falta de moradia, dos péssimos serviços de saúde e educação, da falta de oportunidades e do preconceito e discriminação racial em todos os níveis.

  Após 123 anos de uma abolição que não passou de um ato jurídico sem efeito prático, o povo negro brasileiro busca os caminhos para o enfrentamento da absurda desigualdade existente no país.

 Com a implantação da escravidão no Brasil a legislação não permitia que os negros freqüentassem as escolas. O saber sempre foi uma alavanca de ascensão social, econômica e política de um povo. Uma lei complementar à Constituição de 1824 permite aos racistas do Brasil encurralar a população negra nos porões da sociedade.

  Sem perspectiva nenhuma de vida livre e digna os ex-escravos após a assinatura da lei Áurea permaneciam nas fazendas, substituindo os escravos.

  A Lei do Ventre Livre de 1871, que ensinada até hoje nas escolas como prerrogativa importante para assinatura da Lei Áurea, dizia que: Toda criança que nascesse a partir daquela data nasceria livre.

 Esta lei separava as crianças de seus pais, desestruturando a família negra. O governo abriu uma casa para acolher estas crianças. De cada 100 que lá entravam, 80 morriam antes de completar 1 ano de idade.

   Foi inventada com o objetivo de tirar a obrigação dos senhores de fazendas de criar nossas crianças negras, pois, já com 12 anos de idade, poderiam sair para os quilombos à procura da liberdade negada nas senzalas. Com a determinação, surgiram os primeiros menores abandonados do Brasil.

  A juventude negra é o maior alvo da violência policial, da vulnerabilidade  social, inacessibilidade ao primeiro emprego, ao ensino superior e aos serviços públicos.

  O racismo é uma chaga absurda e toda sociedade precisa ter a consciência de que só a denúncia e sua devida punição pode encerrar esse elemento histórico do Brasil.

 Mulheres Negras sofrem dupla discriminação, revela estudo do IPEA, apesar da redução da diferença de rendimentos entre homens e mulheres, negros e brancos, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, Pnad 2007, analisados no estudo "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça", mostram que as mulheres negras ainda sofrem uma dupla discriminação, que resulta em menores salários.

  Ainda, de acordo com o estudo, a diferença nos rendimentos é conseqüência das desigualdades educacionais, da segregação de mulheres e negros em postos de trabalho e da própria discriminação.

  Dia 13 de maio é o dia de lembrarmos que o dia a dia do povo negro é de luta,  por reparações históricas para a população negra brasileira, manutenção das cotas para negros nas Universidades, punição para os deputados Jair Bolsonaro e Marco Feliciano por quebra de decoro e crime de racismo, fim dos fóruns privilegiados para autoridades e policiais, fim do registro de resistência seguida de morte ou ato de resistência que, segundo as entidades, camuflam execuções sumárias, reforma agrária para romper definitivamente com o latifúndio.

  Precisamos intensificar as lutas e conscientizar as massas.

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